A suavidade do sabor doce é modulada pela morfina e naltrexona (2016)

Psicofarmacologia (Berl). 2016 18 agosto.

Eikemo M1,2,3, Løseth GE4, Johnstone T5, Gjerstad J6,7, Willoch F7, Leknes S4,8.

Sumário

TEMA:

Modelos de roedores destacam o papel fundamental da sinalização do receptor μ-opioide (MOR) no consumo de alimentos saborosos. Em humanos, no entanto, os efeitos da estimulação MOR em comer e gostar de comida permanecem obscuros.

OBJETIVOS:

Aqui, nós testamos a experiência de suavidade doce em seres humanos após manipulações de drogas MOR. Nossa hipótese é que os comportamentos regulados pelo sistema MOR endógeno seriam potencializados pelo agonismo do MOR e diminuídos pelo antagonismo. Em consonância com os achados de roedores, esperávamos os efeitos mais fortes das drogas para os estímulos de sacarose mais doces (altamente calóricos). Como estímulos muito doces são considerados aversivos por muitas pessoas (chamados de não-gostosos), também avaliamos se as manipulações de MOR afetam as avaliações de prazer de estímulos de água de sacarose diferentemente dependendo do valor subjetivo e objetivo.

MÉTODOS:

Em um estudo cross-over psicofarmacológico bidirecional, homens sadios 49 foram submetidos a um paradigma de sabor doce após a administração duplo-cego da morfina agonista MOR, placebo, e do antagonista opióide naltrexona.

RESULTADOS:

Como hipotetizado, a estimulação MOR com morfina aumentou a agradabilidade da mais doce das cinco soluções de sacarose, sem aumentar a agradabilidade das soluções com menor teor de sacarose. Para o antagonismo de opioide, um padrão oposto foi observado apenas para a bebida mais doce. Os efeitos de droga observados em agradabilidade da bebida mais doce não se diferenciaram entre likers e dislikers doces.

CONCLUSÕES:

O efeito bidirecional do tratamento agonista e antagonista se alinha com as descobertas de roedores, mostrando que as manipulações de MOR afetam mais fortemente os alimentos de maior caloria. Nós especulamos que o sistema MOR promove a sobrevivência, em parte, aumentando a concordância entre o valor objetivo (calórico) e subjetivo (hedônico) dos estímulos alimentares, de modo que o comportamento alimentar se torne mais focado nos alimentos mais ricos disponíveis.

PALAVRAS-CHAVE:

Comida; Humano; Morfina; Naltrexona; Sistema opioide

PMID: 27538675

DOI: 10.1007 / s00213-016-4403-x