Considerações Éticas para os Médicos de Saúde Mental que Trabalham com Adolescentes na Era Digital (2018)

Curr Psiquiatria Rep. 2018 Oct 13;20(12):113. doi: 10.1007/s11920-018-0974-z.

Sussman N1, DeJong SM2.

Sumário

FINALIDADE DA REVISÃO:

O uso de tecnologias digitais pelos adolescentes está em constante mudança e influencia e reflete significativamente sua saúde mental e desenvolvimento. A tecnologia entrou no espaço clínico e levanta novos dilemas éticos para os clínicos de saúde mental. Depois de uma atualização sobre esse cenário de mudança, incluindo uma breve revisão da literatura importante desde 2014, este artigo demonstrará como os princípios éticos fundamentais podem ser aplicados a situações clínicas com pacientes, usando vinhetas como ilustração.

ACHADOS RECENTES:

A grande maioria dos adolescentes (95%) em todos os grupos demográficos pode acessar smartphones (Anderson et al. 2018 •). O uso de tecnologia em saúde mental também está se expandindo, incluindo uma proliferação de "aplicativos". Embora os dados qualitativos de especialistas em tecnologia relatem efeitos positivos gerais da tecnologia (Anderson e Rainie 2018), a preocupação com seu potencial impacto negativo na saúde mental dos jovens continua alta, e uma associação entre o uso da tecnologia e a depressão é forte. O vício em Internet, a exploração sexual online e o acesso a substâncias ilícitas por meio da “dark net” representam preocupações clínicas e jurídicas adicionais. Neste contexto, os médicos têm a responsabilidade ética de se envolver na educação e defesa, para explorar o uso da tecnologia com pacientes adolescentes e ser sensível às questões éticas que podem surgir clinicamente, incluindo confidencialidade, autonomia, beneficência / não maleficência e considerações legais, como obrigatório comunicando. As novas mídias e tecnologias digitais apresentam desafios éticos únicos para os médicos de saúde mental que trabalham com adolescentes. Os médicos precisam estar a par das tendências e controvérsias atuais sobre a tecnologia e seu impacto potencial sobre os jovens e se engajar em advocacy e psicoeducação de forma adequada. No caso de pacientes individuais, os médicos devem estar atentos a possíveis dilemas éticos decorrentes do uso da tecnologia e analisá-los, com consulta conforme necessário, aplicando princípios éticos essenciais de longa data.

PALAVRAS-CHAVE: Psiquiatria adolescente; Ética digital; Internet; Saúde mental; Mídia social; Tecnologia

PMID: 30317406

DOI: 10.1007 / s11920-018-0974-z